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Em um mundo de transformações velozes e de complexidades que até então não haviam sido enfrentadas, as empresas têm a necessidade de se adaptar a cenários adversos para continuar crescendo e atingindo seus objetivos. Hoje, nos tornamos hiperconectados e as empresas são cada vez mais globais do que locais, e para ser competitivo é necessário o uso das melhores práticas de gestão existentes.
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Dentre as práticas em questão, está a gestão de riscos. Um processo que precisa entrar no mindset de toda corporação e caminhar por todos os seus níveis, para que seja tão intrínseco quanto outras práticas já estabelecidas.
Para iniciar a gestão de riscos, é fundamental entender quais são os riscos aos quais a empresa está exposta. Vamos ao conceito.
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O que é risco?
Risco é a probabilidade de ocorrência de uma ameaça ou perigo, que independe da vontade exclusiva dos envolvidos. Tais ocorrências geram consequências, que em sua maioria são prejudiciais. Quando trazemos a palavra para o contexto empresarial, os riscos são fatores internos e externos que podem afetar o atingimento dos objetivos estabelecidos por uma empresa. Assim, podemos considerar a gestão de riscos um grande desafio para todas as corporações.
O que é gestão de riscos?
A gestão de risco é o processo de identificar, mensurar, avaliar, monitorar, reportar, controlar e mitigar recursos humanos, materiais e financeiros, com o objetivo de reduzir e minimizar os impactos dos riscos, gerando oportunidades de economia ou ganho para a corporação. É um processo de tomada de decisão a partir de incertezas que estão por vir.
Confira no vídeo abaixo a explicação do Diretor de Riscos da Matera, Alexandre Oliveira.Para definir quais riscos são importantes gerir é imprescindível levar em consideração pontos cruciais, como o porte da instituição e complexidade do negócio. Em outras palavras, empresas maiores possuem processos de gerenciamento de riscos mais sofisticados que empresas menores. Outra variável é a complexidade de negócio, pois determinados mercados possuem uma estrutura regulatória que estabelece o que é necessário ser seguido. No mercado financeiro, por exemplo, há uma série de normativos que o Banco Central do Brasil exige que instituições financeiras emitam para demonstrar e validar sua solvência.
Definição de apetite de risco
Para definir quais riscos sua empresa vai gerir, é importante estabelecer quais os retornos esperados pela corporação. Assim como no título do livro de Milton Friedman, “There’s No Such Thing as a Free Lunch”, ou “Não existe almoço grátis” no português, no conceito de riscos quanto maior o retorno esperado, maior é o risco estabelecido. Para alcançar o retorno esperado é preciso ter ciência dos riscos assumidos. Um risco gerido pode resultar em uma perda esperada, mas quando não é gerido ou mal gerido pode ocasionar em um prejuízo ou perda financeira inesperada, podendo inviabilizar a continuidade do negócio. Isso define o conceito de apetite de riscos, ou seja, até onde minha empresa está disposta a ir e se vale a pena ou não.
Equilíbrio entre risco e retorno
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A partir da identificação dos riscos que são precisos gerir, são criadas iniciativas com o intuito de mitigar as ameaças que a empresa está sujeita. Esse conjunto de iniciativas pode ser chamado de sistema de controle. Esse sistema deve estar extremamente alinhado com o retorno esperado, ou seja, qual o nível de controle que eu preciso ter, para que eu tenha os resultados esperados. Gerir riscos desnecessários reduz o retorno, e não gerir risco nenhum também pode trazer prejuízos catastróficos. O equilíbrio é fundamental. De maneira simples, é o quanto a empresa está disposta em colocar a “mão no bolso” para mitigar seus riscos. Quais práticas estão de acordo com o meu negócio? Com o meu porte? Com a complexidade do meu negócio?
Influência do risco na estratégia da empresa
A gestão de riscos é um processo contínuo e que já é parte relevante do planejamento estratégico das grandes corporações. Além de agregar valor alertando para possíveis perdas, os riscos podem preencher grandes lacunas que o mercado abre e que ninguém ainda preencheu, sendo assim uma oportunidade que até então não era explorada. Assim, a gestão de riscos se tornou um guia para lançamento de novos produtos, novos serviços e novas estratégias.
Assim, quando todos os níveis da empresa passam a entender os impactos dos riscos, inicia-se a construção da cultura de riscos, culminando numa melhoria de processos e resultados obtidos pela empresa.